terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Aroeiras vira documentário cultural com história da capoeira

Desde quinta-feira dia 11/02/11, uma equipe trabalha nas filmagens de um documentário cultural na cidade de Aroeiras. O documentário, que ainda esta sendo filmado, mas já ganhou destaque nos principais meios de comunicação do país, vem falar da capoeira no município de Aroeiras e a mudança de vida dos alunos que participam da capoeira Luanda.
Conversamos com Fabrício, diretor do documentário, que nos falou da satisfação do trabalho que está fazendo aqui em Aroeiras:
Rômulo, eu fico feliz por estar contando uma história da capoeira, a história da capoeira Luanda, porque a capoeira historicamente sempre foi discriminada, marginalizada e, hoje a capoeira está no mundo todo. O exemplo daqui de Aroeiras, que não tinha tanto reconhecimento assim, mas agora com esse documentário que estamos fazendo aqui, o poder público vê que é algo muito válido, é um projeto de inclusão social e que leva muitas perspectivas para os moradores da cidade, através da professora Virgínia, e mais ainda na criação desse documentário que vai levar a história de Aroeiras, da capoeira, dos moradores de Aroeiras para o mundo todo ver o que se tem de riqueza na cidade. E isso é muito gratificante, fazer um documentário se tratando de um tema desses.
Os depoimentos dos alunos lhe comoveram em algum ponto?
Totalmente, porque a maioria é histórias de superação, histórias riquíssimas, que não poderiam deixar de serem contadas. Tive esse conhecimento e jamais imaginei que esse projeto de Virgínia fosse tão abrangente. Tem adolescentes que enfrentaram muitas dificuldades para estar na capoeira, dificuldades com a família, de socialização, pessoas que não tinham aproximação com o próximo, a expressão das palavras, pessoas que tinham um certo complexo, mas que a partir da capoeira eles foram superando essas dificuldades e hoje são pessoas transformadas. A capoeira transformou essas vidas.
E sobre a equipe, quem faz parte desse documentário?
O Ministério da Cultura nos disponibiliza todo o aparato para que possamos realizar o documentário. Eu contratei uma equipe de Campina Grande, são pessoas que já trabalham com cinema, são profissionais maravilhosos. A produtora de André Costa que é a “quebra-panelas” que está à frente desse projeto aqui na questão da produção do documentário. E quero destacar o talento de Welton Paulino que é realmente um mestre nas imagens. A equipe que temos já é premiadíssima, e o nosso documentário não vai ser diferente, daqui vão sair muitos prêmios, muitos reconhecimentos, e por isso contratei a “quebra-panelas”.
Qual a sua expectativa para o lançamento desse documentário?
Estamos no último dia de filmagem, e depois iremos para a edição, que dura de oito a dez dias, mas a vontade é de finalizar e entregar ao Ministério da Cultura pra poder ver o produto final, capturamos imagens belíssimas, como o Serrote da Torre. São imagens belas, e o trabalho está sendo tão bem feito que ficamos com vontade de ver logo tudo pronto e poder exibir para o mundo e, principalmente, para os aroeirenses, porque vamos voltar aqui lá para maio ou junho, e vamos exibir aqui em praça pública com os telões do Ministério da Cultura e o povo de Aroeiras vai se ver no cinema. Então, esse desejo de trazer logo é muito grande, e principalmente de levar esse filme para o máximo de lugares possíveis.
Agradeço a atenção que o site está dando, à Prefeitura, que está dando o total apoio, agradecer à população de Aroeiras, que tem se mostrado solidária conosco. Nos locais que temos filmado todos têm colaborado, e trabalhar aqui em Aroeiras foi muito satisfatório, e quem sabe voltar aqui e contar outras histórias que Aroeiras tem.
A professora Virgínia falou sobre a satisfação de estar em um documentário falando sobre seu trabalho em Aroeiras: Eu estou me sentindo muito gratificada, reconhecida por um trabalho que faço.
E por algum momento falou citou o diálogo com o governo municipal em relação ao apoio.
Eu senti que não fomos ouvidos no município e nem no nosso Estado, mas a gente foi ouvido pelo Governo Federal, e foi a partir daí que a gente conheceu o projeto, alguns nos ouviram, alguém ouviu nossos anseios, alguém nos entendeu de está nos dando essa oportunidade, e o quadro está mudando, está se abrindo um diálogo.
Esse documentário que vem mostrar o que é a Capoeira no meio da sociedade por meio de pessoas como o Fabrício à frente do roteiro. Como foi o encontro de vocês, e o que você diria a essas pessoas que ainda discriminam essa cultura que é a Capoeira?
A nossa parceria com o Fabrício foi bem interessante. Ele é estudante de comunicação social e jornalismo, e eu vi em Fabrício uma capacidade sem limites, mesmo porque nós iríamos concorrer com o Brasil inteiro pelo documentário, e apostamos em Fabrício pela capacidade que assim o faz jus. A capoeira buscou Fabrício e Fabrício escreveu a história, tudo partiu da capoeira.
Em relação à população em geral, o que eu tenho a dizer é que todos fazem parte da roda de capoeira. A capoeira é um movimento cultural que envolve todo mundo, ela envolve a mídia que precisa da notícia, ela envolve o estudante que precisa da história, ela envolve a sociedade, as famílias. Todos fazemos parte da capoeira.
Agradecimentos: Eu gostaria de aqui deixar registrado que o maior apoio que eu tenho é dos meus alunos, que independente de qualquer dificuldade, sempre seguimos em frente, como o filme já diz, “As Voltas do Mundo”. A gente está conseguindo dar essa volta e mostrar o nosso valor, mostra as nossas capacidades. Tenho muito que agradecer a eles por terem acreditado em mim, e estamos mantendo esse trabalho mesmo diante das dificuldades, e esse documentário irá abrir um novo horizonte na vida de todos. Vamos abrir um diálogo com o Governo Municipal e vamos conseguir sair dessas dificuldades. E peço aos meus alunos que continuem acreditando, que iremos chegar com certeza no nosso merecido local. A sociedade de Aroeiras me abraçou, desde 2005 estou aqui, e vejo no sorriso, nos gestos de cada pessoa e estou aqui por causa de cada um cidadão aroeirense que me acolheu. E isso é muito gratificante, saber que chegando aqui terei o meu espaço na sociedade aroeirense. Eu agradeço a todos e finalizo convidando a todos, que queiram praticar a capoeira, estou aqui pra ensinar situada no “clube velho” todos os sábados a partir das 9hs da manhã, e muito abrigado.

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